Álbum Histórico e Fotográfico de Martinópolis
Martinópolis
tem novo livro histórico
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A cidade de Martinópolis tem, a partir de junho, seu terceiro livro histórico à venda
nas papelarias, banca de jornal e diversos estabelecimentos comerciais. Foi lançado por
ocasião das comemorações do aniversário da cidade o livro Álbum Histórico e
Fotográfico de Martinópolis, contendo 148 fotos em sua maioria inéditas. São
fotos desde 1924, com o início da colonização por João Gomes Martins, até 2002,
abrangendo aspectos da cidade, pessoas, eventos sociais, econômicos, esportivos,
religiosos e políticos, além de meios de transporte e agricultura.
O livro é de autoria de José Carlos Daltozo, que em 1999 publicou Martinópolis,
sua história e sua gente, edição de 1.500 exemplares esgotada. Em 2002 ele
lançou o livro Banco do Brasil - 50 anos em Martinópolis, tiragem de 1.000
exemplares, restando apenas 70 livros em estoque. Diante da boa receptividade de seus
livros anteriores, resolveu lançar em 2004 esse Álbum Histórico, que será bem
diferente dos anteriores, com muitas fotos e pouco texto.
Com o formato de 21 X 21 cm, cada página mostrará apenas uma foto, ampliada no tamanho
14 X 18 cm, com quatro ou cinco linhas de texto explicativo embaixo, situando-a na
história da cidade. Uma entrevista com o autor revela alguns aspectos interessantes de
seus livros.
Entrevistador - Você acha que haverá boa receptividade para um novo livro histórico de
Martinópolis?
José Carlos Daltozo - Estou convicto que sim, uma vez que o livro de 1999 teve grande
procura e mesmo esgotado há mais de dois anos, ainda há pessoas querendo adquiri-lo,
porque viram-no recentemente com algum parente e não ficaram sabendo na época do
lançamento.
Entr - Por que não fazer uma nova edição daquele livro de 1999?
JCD - Embora ainda haja alguma procura, não é possível fazer pequenas tiragens,
digamos, uns 50 livros. A tiragem mínima, para ser compensadora para a gráfica, seria de
500 exemplares. Não haveria público para tantos livros assim, a maioria das famílias
já possuem um exemplar daquela edição de 1999, emprestam para os parentes etc. O melhor
mesmo foi fazer um novo livro, totalmente diferente dos anteriores.
Entr - Como é este novo livro?
JCD - Optei pelo formato quadrado, de 21 X 21 cm, para que as fotos antigas pudessem ser
reproduzidas no tamanho de 14 X 18 cm, proporcionando melhor visualização. Tem uma
única foto em cada página, embaixo dela um pequeno texto em quatro ou cinco linhas,
explicando-a e situando-a no contexto histórico de Martinópolis.
Entrevistador - As fotos são todas inéditas?
JCD - A maioria das fotos são inéditas, apenas dez são reproduções das fotos do livro
de 1999, aquelas que não existem substitutas, por exemplo a da construção do primeiro
edifício de alvenaria da cidade (Hotel Colonial), ou da cerimônia cívica de
instalação do município, em 29 de janeiro de 1939, que só há uma foto conhecida até
hoje. São fotos que não poderiam faltar, estarão no novo livro. Mas 90% são fotos
inéditas, doadas ou emprestadas pela população após a publicação do meu primeiro
livro. Algumas já foram publicadas no Relembrando da Folha da Cidade, outras
são totalmente desconhecidas, foram conseguidas junto à população nos últimos meses.
Entr - O livro tem um preço acessível?
JCD Acredito que é acessível a toda a população. O valor é de R$ 15,00 se
adquirido na cidade e R$ 20,00 em outras cidades (neste caso, o acréscimo refere-se a
tarifas do correio, comissões etc). É um valor que, se pensarmos bem, é bastante
razoável, uma vez que muitas revistas mensais estão sendo vendidas a R$ 9,90. Uma
revista é lida em duas ou três horas e depois descartadas. Um livro histórico como
este, com fotos raríssimas, certamente será guardado por muitos e muitos anos,
consultado e lido por mais de uma geração.
Entr - Qual o motivo de editar livros sobre Martinópolis?
JCD - Há um ditado que diz um povo que não preserva sua história, não tem
passado e terá dificuldades no futuro. Acho importante estudar e preservar o
passado de uma cidade ou de uma região, descobrir fatos inéditos, que desapareceram nos
escaninhos da vida. Dá para imaginar quantas centenas de fotos únicas desapareceram com
o tempo, jogadas fora com o falecimento de pessoas nelas retratadas? Ou estão, ainda,
guardadas em baús e armários, um dia fatalmente desaparecerão.Eu estou mencionando na
introdução desse novo livro exatamente isso: a vantagem de um livro histórico é a
popularização e a divulgação da fotografia antiga. Ou seja, aquela foto que pertencia
a uma única pessoa, após reproduzida em um livro, passa a fazer parte do cotidiano de
centenas de outras pessoas, que não tinham conhecimento da existência daquela foto até
então.
Entrevistador- Este será seu último livro?
JCD - Espero que não, tudo vai depender da aceitação do livro pela população. Como
obtive sucesso nos dois livros anteriores, fiquei animado em editar esse terceiro e tenho
planos para outros, no futuro. Por exemplo, um livro sobre a história da agricultura e
pecuária de Martinópolis, começando pelo café em 1924, depois o algodão, o amendoim,
até mesmo a hortelã na época da II Guerra, atualmente a cana de açúcar e a soja, as
várias raças de gado de corte e de leite etc. Outro livro poderia ser sobre o esporte em
Martinópolis, já tivemos quadra de tênis na década de 1940, equipes de basquete,
voleibol, o futebol que sempre foi uma grande distração nos finais de semana, o handebol
e por aí afora. Enfim, todos os assuntos podem se tornar livros, penso em produzir livros
históricos sobre entidades, como fiz com o do Banco do Brasil. Por exemplo, livros sobre
a Santa Casa ou o Fórum local, que fazem 60 anos em 2005. Ou sobre a Apae, ou um livro
histórico sobre o comércio da cidade desde seus primeiros anos até a atualidade,
co-patrocinado pela Associação Comercial e empresas filiadas. Ou a vida política da
cidade, assim como a vida religiosa. Até mesmo nosso antigo distrito de Balisa, que
pertenceu ao nosso município até 1944 e hoje é um bairro rural de Lucélia, onde
residiram muitos eslavos (russos, ucranianos, romenos, búlgaros etc). Tudo é possível
ser retratado em livros. Também livros sobre famílias, desde suas origens, é
perfeitamente viável, os custos de produção de um livro hoje em dia não são
exagerados, muitas famílias de Martinópolis tem condições de patrocinar algo desse
tipo, terão sua história preservada para a posteridade.
Entrevistador - Podemos crer, então, que Martinópolis é uma cidade que já está bem
retratada em livros?
JCD - É verdade. Há muitas cidades de maior porte que não possuem livros históricos
editados, Martinópolis tem o privilégio de já possuir três livros, contando com este.
E talvez muitos outros no futuro. Desta forma terá sua vida econômica, social,
religiosa, esportiva e política retratada de forma fidedigna. Muita coisa se perdeu com o
passar dos tempos, muitos documentos não foram devidamente guardados, mas ainda dá tempo
de recuperar muita coisa, pesquisando em cartórios, Prefeitura, Câmara Municipal,
entidades, livros de atas, relatórios antigos, jornais velhos etc. Se tivéssemos um
jornal editado de forma contínua desde 1940, por exemplo, teríamos em suas páginas toda
a história da cidade no seu dia-a-dia, como acontece com Presidente Prudente e o jornal O
Imparcial, que existe desde 1939. Infelizmente em Martinópolis a imprensa teve muita
descontinuidade, alguns jornais sobreviveram apenas dois anos, outros três anos, a cidade
chegou a ficar mais de dez anos sem jornal algum, isso é uma dificuldade para o
pesquisador. Ainda bem que a Folha da Cidade está aí desde 1995, vamos torcer para que
sobreviva dezenas de anos mais, dessa forma os futuros historiadores, lá pelo ano de
2050, poderão consultar suas páginas de 1995 para cá e terão um apanhado de tudo o que
aconteceu.
Entrevistador - Finalizando, conte algum fato curioso em suas pesquisas.
JCD - Um fato curioso é que várias pessoas comentam comigo, após o lançamento dos meus
livros: Mas você não nasceu em Martinópolis, como escreve livros sobre a
cidade?. Respondo que o historiador não precisa nascer na cidade retratada, ele
simplesmente tem que gostar de história, de pesquisar, de remexer em documentos antigos,
de saber onde procurar os dados que precisa, de buscar as fontes adequadas. Há dois tipos
de historiadores: aquele que nasceu na cidade e acompanhou seu desenvolvimento, poderia
escrever na primeira pessoa, dizendo eu vi isto, eu fiz isto, eu acompanhei isso,
tal coisa aconteceu assim, eu estava presente... e o outro tipo, no qual me
enquadro, que não nasceu na cidade mas busca exaustivamente a história existente nos
documentos antigos, nos livros de atas, entrevista pessoas, sempre tendo em mente que os
depoimentos delas, embora importantíssimos, podem ter falhas, geralmente as pessoas
esquecem datas e detalhes, tudo é preciso ser confrontado com documentos para minimizar
eventuais falhas. Posso dizer uma coisa: escrever livros históricos é extremamente
gratificante, do ponto de vista de realização pessoal.
PEDIDOS:
JOSÉ CARLOS DALTOZO
Caixa Postal 117 19500-000 Martinópolis SP
Telefone 18 252.1168
Preço do livro em Martinópolis: R$ 15,00
Para outras cidades: acrescentar R$ 5,00 de despesas de correio, remessa registrada
(total: 20,00).
Pagamento em cheque ou depósito na conta 5.353.140-X Agência 0310-7 Banco
do Brasil (Banco 001).