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Simplesmente Dum  

Em visita ao salão do Dum , aproveitei para saber um pouquinho de sua história.

Ele me mostrou a mesma "tábua" que há 33 anos atrás ele era obrigado a apoiá-la em cima do braço da cadeira "para dar altura" para eu sentar para cortar o cabelo.

Esqueci de perguntar o nome dele, mas não importa, para nós quataenses ele sempre foi o Dum.

Nascido em 1933 em Quatá, estudou no grupo escolar e se lembra bem do seu último professor , o Sr. João de Peron, homem enérgico , muito bom e justo que deixou muita admiração. Dum passou sua juventude sempre em Quatá, casou-se e tem três filhos, um menino e duas meninas .

Como todas criança que vive em Quatá, Dum foi muito feliz em sua juventude e na sua mocidade acabou fazendo parte de um conjunto musical.

Aprendeu música com o saudoso Naé, o Natanael Constantino de Araújo, que diga -se de passagem , o vereador Natanael acabou ensinando música para vários quataenses que seguiram por este caminho da música.

Este conjunto era formado pelo maestro Sr. Anísio Valin que regia e tocava sax, Jorge Bronze , Nico Pellini que eram crooners, Assad ( do bar ) no sax, Alcides Pelini no clarinete, Raimundo Jerônimo no trombone , Dum no sax, Gerson e outros , tempo bom que Dum se lembra com muita saudade. Eles se apresentavam em bailes, shows e nas inesquecíveis serenatas.

Dum além de tocar sax , também tocava percussão, violão, e outros instrumentos além de dar aulas também.

Dum aprendeu sua profissão observando outro barbeiro o Sr. Valdevino de Oliveira Carvalho, sobrinho do Sr. Manoel Carvalho, que tinha uma barbearia em frente onde está a atual barbearia do Dum hoje e em 1951 montou sua própria barbearia , inicialmente em um estabelecimento que ficava um pouco acima do hoje atual Banespa depois passou pouco tempo em outro estabelecimento na esquina à esquerda do atual estabelecimento.

O salão atual já tem 40 anos e Dum já cortou cabelo de 3 gerações e em alguns casos de 4 gerações. Dum conta que na barbearia dele já aconteceu de tudo, vários fatos hilariantes como perseguição policial , que encheriam um livro. Mais doque ser uma barbearia, no Dum pode é um ponto de encontro , onde os antigos encontram-se com os novos, relaxam contando "causos" ora verídicos ora mentirosos , quem escuta é que faz o julgamento, outros sentam um pouco e transformam um problema na cabeça em uma coisa boba, coisa menor, já outros aproveitam para ler de graça o jornalzinho e como somos todos iguais, homens tem direito também de fofocar, e algumas dessas sempre acontecem.

Além do mais Dum é uma história viva, a sua principal virtude não é de barbeiro ou cabeleireiro, que o faz com habilidades de mestre, mas sim de um amigo, uma pessoa exemplar, sempre calmo, extremamente educado, disposto a ouvir e ver o lado positivo das coisas, e sempre sorrindo vem cumprindo sua missão nesta cidade. Foi assim com nosso avô, com nosso pai e hoje fazemos questão de levar nossos filhos. É o batismo que não pode faltar.

Querido por todos, não passa sequer 3 minutos sem que cumprimente as pessoas que passam em frente ao seu salão. Pessoas que passam de carro chegam a parar para cumprimentá-lo.

Quatá teve vários barbeiros como Chico Barbeiro, Zuza, Dozã, Valdivino, João de Oliveira, Pastor Moisés Constantino, e tem os novos também como o Mauro, etc., mas com certeza Dum é e sempre será o mais querido, o mais tradicional , o mais carismático e por isto tudo, este cidadão Quataense já faz parte da história de Quatá.

Verão de 1999

Dum, personalidade quataense.

 

 

14 de Agosto de 2013 - DUM nos deixou. Tem muita gente de barba e cabelo grande lá em cima e está precisando dele. 

Adeus DUM !

Aqui no nosso mundo você continua vivinho!

 

Saiba o que aconteceu

 com a Brasília do Nelson Gonçalves, o Dum


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