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Manoel Melendez - www.quata.com.br



Quem poderia imaginar que em 1941 aquele adolescente loirinho de olhos verdes , nascido em Bauru poderia ser convocado para a guerra , junto a FEB - Força Expedicionária Brasileira  na Itália ?

Quando seu pai chegou ao Brasil no início do século passado, vindo da Espanha , foi direto para a cidade de Presidente  Alves e logo depois mudou-se para a cidade de Bauru, centro do Estado de São Paulo e lá se casou com uma genuína brasileira. Criado neste mundão do interior a idéia de lutar na guerra, sem qualquer tipo preparo, motivo e noção do que se tratava,  atemorizou aquele garoto. Tomou a decisão de viajar para São Paulo e pronto para desertar  , foi salvo pelo gongo quando soube que estava dispensado por terceiro contingente. Sua sina nunca foi "destruir".

Resolveu "construir" uma nova vida, em um local pacato e tranquilo e escolheu para isto a nossa cidade : Quatá.


Seu Manoel e sua esposa Jandyra

Assim começa a vida de Manoel Melendez, mais um ícone de nossa cidade,  conhecido carinhosamente como "seu Mané Carroceiro", sinônimo de perseverança e trabalho, muito trabalho.

Não se constroi uma casa sem um alicerce . Seu Manoel teve a felicidade de encontrar este apoio em sua esposa, Jandyra Monteiro . Nascida em São João da Boa Vista e seus pais de Santa Rita de Sapucai, cidade do estado de Minas Gerais, vieram tentar a vida no interior paulista atrás da febre do café , principal cultura e geração de emprego naquela época, foi quando encontrou seu Manoel.


Da esquerda para direita, a família reunida:
Sandra, Adilson, seu Manoel, Solange, dona Jandyra , Ailton e Amilton

Seu Manoel foi trabalhar inicialmente para Joaquim Marques na plantação de hortelã e depois na cafeicultura. Mudou-se para a  fazenda dos Maias onde  havia uma colônia com 152 casas . Foram  9 anos de dedicação, trabalho duro, até aos domingos vendia leite nos caixotes carregados no próprio lombo. Já tinha  conseguido um bom posto na fazenda quando João Maia deixou a administração da mesma, obrigando o sr. Manoel voltar para lida no café. Isto era regredir. Foi para a cidade.


Amilton com o cachorro Amendoim

Trabalhou de servente de pedreiro para o Joaquim Gaspar, quantas casas já construi em Quatá. foi foguista em uma beneficiadora de arroz e café, não era fácil. Casado , já tinha conseguido construir sua casa, tinha até duas e mais uma vez resolveu enfrentar novos desafios, disposto até a penhorar uma de suas casas para conseguir um empréstimo no banco e finalmente ser autônomo.

Tinha prestígio com o gerente, não foi necessário e seu objetivo foi alcançado, conseguiu o empréstimo fácil  e finalmente pode comprar uma carroça para fazer carretos na cidade.

Em 1952 Seu Manoel comprou sua primeira carroça e até 1975 quando saiu de Quatá trabalhou incansavelmente. Sua motivação sempre foi a sua família formada pela Sandra, Hailton,Solange , Adilson e Amilton.

Seu Manoel e sua filha Sandra, hoje com residência na Índia e França.

Todo este trabalho de mais de 23 anos carregando mudanças, compras, areia, descarregando caminhão de feijão, açúcar, com certeza deveria acabar com o cidadão. Estive visitando seu Manoel em novembro de 2003, e confesso que fiquei surpreso:
Tá mais novo que antes. Ele mesmo disse: "Trabalho não acaba com ninguém não".

Desde 1975 até agora neste ano seu Manoel tocava um banca de revista no Vale do Anhangabaú perto da galeria Prestes Maia na capital de São Paulo. É super conhecido na região e vive confortavelmente no Cambuci. Dona Jandyra, batalhadora sempre ajudou em tudo e foi responsável pela educação dos filhos, e como são educados !


Seu Manoel e Dona Jandyra em São Paulo

Aos 82 anos seu Manoel já planeja um trabalho mais leve para 2004 - ( vê se pode ?!) , algo que não precisa mais acordar as quatro e meia da matina e nem carregar pacotes de revista e jornal que prejudica sua coluna tratada hoje na hidroterapia.


Da esquerda para direita: Adilson, seu Manoel, dona Jandyra, Manoela e sua mãe Solange

Era comum ver o senhor Manoel em Quatá voltando de um serviço pela rua com sua carroça e o cachorro "Amendoim" aproveitando o passeio. O molecada que jogava bola na rua parava e na corrida pulava na carroça para desfrutar meio quarteirão de passeio.

Senhor Manoel confessou que sente saudades de Quatá e nós quataenses muitas saudades dele. Seu Manoel foi uma destas pessoas exemplares de nossa cidade que jamais esqueceremos. Que Deus o conserve sempre forte com muita saúde.

Nas tardes ensolaradas de nossa cidade, ao som de um trote do cavalo, podemos ainda ouvir seu Manoel gritando :

- Heiiaaa.....Vai Guaraniiiii....!


Para matar a saudade, direto do álbum de família, veja algumas fotos de Quatá


Na época que havia desfile , foto de 7 de Setembro de 1970, as jovens no carro alegórico Valda, Sandra Melendez e Regina Pellini


A amiga Angela Prevelatto ( Filha de dona Beatriz) com  Solange e Sandra Melendez


Da esquerda para Direita , na represa do Cici:

O primeiro agachado é o Carlinhos Petinatti, esta garota fazendo chifrinho no Carlinhos é a Leide do Hotel Patrão , Silvinho Valejo com a garrafa de batida de côco, Soninha Sampaio ( filha de dona Elza, inspetora de alunos do Técnico), Jorge Alencar, e de biquini amarelo Solange Melendez, Luizinho Schiavo, Nenê. O magrão na frente agachado é o Toti Mathias, Beth Pelini e finalmente Adilson Melendez.


Fotos recentes : G.Conde de Novembro de 2003. Fotos antigas gentilmente enviadas pela família Melendez.